Estilista Coco Chanel é retratada em livro para crianças

'Diferente como Chanel' sai no Brasil pela Cosac Naify.'Todo guarda-roupa tem um pouco de Coco', diz a autora.

Lígia Nogueira do G1, em São Paulo

Ilustração do livro infantil 'Diferente como Chanel', lançado no Brasil pela Cosac Naify.

(Foto: Divulgação)
Criticada por grandes nomes da moda europeia, mas aclamada por artistas como Pablo Picasso, Coco Chanel ousou ser diferente. Se hoje toda mulher tem no guarda-roupa um pretinho básico, muito se deve à estilista francesa, que se tornou uma das principais responsáveis pela substituição dos sufocantes espartilhos por roupas confortáveis e práticas, mas cheias de elegância. Sua vida ganha os cinemas brasileiros este mês em “Coco antes de Chanel”, com Audrey Tatou no papel principal, ao mesmo tempo em que é retratada em um livro infantil. “Diferente como Chanel”, lançado no país pela Cosac Naify, conta a trajetória da célebre costureira com ilustrações da norte-americana Elizabeth Matthews e tradução da estilista paulistana Clô Orozco, da grife Huis Clos.

“Assim que li uma reportagem sobre Chanel e o seu impacto sobre a moda feminina, fiquei imediatamente interessada em sua história”, diz a autora. “Vi muito de mim mesma na biografia dela, pois sempre fui magra e não tenho as tão populares curvas femininas. Além disso, com nomes tão divertidos como Coco e Boy Capel, a história pediu para ser escrita para crianças. Chanel foi um grande exemplo e sua história tem apelo não apenas para as crianças, mas também para os pais que leem para os filhos. Uma boa biografia agrada a todas as idades.”

A ilustradora norte-americana Elizabeth Matthews.

(Foto: Divulgação)

Para Elizabeth, Chanel foi tão influente que ela não apenas transformou o modo como as mulheres se vestiam, mas também mudou a maneira como se comportavam e eram tratadas. “As roupas deram às mulheres a autoestima e a liberdade que precisavam para trabalhar fora e contribuir de modo mais significativo para a sociedade. É uma mensagem atemporal de inspiração.” Se por um lado Gabrielle Chanel recebia olhares de desaprovação por se vestir “como um homem”, ela contribuiu para que as mulheres passassem a fazer tudo o que um homem fazia, inclusive ir à praia usando roupas de banho. “Meu principal desafio foi encontrar aspectos de sua personalidade com os quais as crianças pudessem se identificar”, conta Elizabeth, que estreia no universo infantil com a obra ilustrada.

“Pouco se sabe sobre a infância de Coco e foi importante para mim ressaltar suas primeiras influências. Eu também quis mostrar como essas influências agem sobre os caminhos que escolhemos mais tarde. Eu também quis que o livro fosse informativo, sem ser didático. Muitas datas e fatos obscuros tirariam o foco da mensagem principal.” “Sempre tive interesse em moda”, continua a autora, “mas Chanel é a única estilista tão interessante quanto suas criações”. Segundo Elizabeth, todo guarda-roupa tem um pouco de Coco. “Não existe closet sem um pretinho básico, e isso se deve ao senso prático de Chanel.”